A actividade vulcânica na ilha do Fogo continua, verificando-se a libertação de gases e alguns episódios explosivos. A nova frente de lava formada na quinta-feira, dia 4 de Dezembro, continua a progredir lentamente em direcção a Portela, cuja parte norte já foi destruída pela escoada lávica emitida nos dias anteriores. Segundo o responsável máximo da Proteção Civil cabo-verdiana no terreno, Jair Rodrigues, o vulcão mantém uma atividade "mais ou menos constante" nos últimos dois dias, estando a lava a avançar de forma lenta no que resta da estrada que ligava a entrada do Parque Natural do Fogo, passando pela sede da própria instituição, já destruída, a Portela. Adianta ainda que há dois dias (quinta-feira) a frente de lava estava a cerca de 500 metros da primeira casa, ontem (sexta-feira) estava a menos de 300 metros e hoje, pela manhã, estava a 100 metros.
O coordenador das operações da Proteção Civil cabo-verdiana, Nuno Oliveira, salientou que facto da lava estar a avançar lentamente provocou alguma tranquilidade. No entanto, o contingente de segurança no local, composto por elementos da Polícia Nacional, das Forças Armadas, da Protecção Civil e voluntários da Cruz Vermelha, permanece em alerta em Chã das Caldeiras. Continuam também equipas de especialistas que estão a acompanhar a erupção e alguns trabalhadores da Adega Cooperativa de Chã das Caldeiras, que, entretanto, já retiraram o equipamento de maior valor.
A erupção já provocou prejuízos avultados na zona de Chã das Caldeiras. O avanço das escoadas lávicas sobre Portela já destruiu mais de 50 casas, a sede do Parque Natural do Fogo, uma escola, um hotel, uma delegação municipal, uma unidade sanitária de base, as estradas de acesso a Chã das Caldeiras, bem como cisternas, currais, casas de apoio à agricultura e uma extensa área de agricultura e pastorício. Obrigou ainda à retirada de aproximadamente 1500 pessoas das localidades de Portela e Bangaeira.
Os investigadores do CVARG/CIVISA, Jeremias Cabral e Vera Alfama, naturais de Cabo Verde, encontram-se na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando as equipas da Protecção Civil e da Universidade de Cabo Verde. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.