As últimas informações sobre a erupção do Vulcão do Fogo dão conta que a actividade continua, libertando quantidades significativas de gases e cinzas, embora esteja mais calma. Em declarações prestadas à agência Lusa, Manuel Cabral, do Gabinete de Comunicação e Imagem do Governo de Cabo Verde, a lava que há três dias destruiu o que restava de Portela e toda a localidade de Bangaeira avançou 50 metros nas últimas 24 horas, situando-se agora a cerca de 550 metros da segunda localidade, ocupando grande parte do vale contíguo e que conta com um ligeiro declive. Após passar Bangaeira, a lava formou uma "espécie de lago" nesse vale e avança em direcção a Fernão Gomes, um casal desabitado do concelho de Mosteiros que serve de apoio a agricultores e pastores, e ao perímetro florestal de Monte Velha.
As autoridades temem agora que, dada à inclinação do terreno a partir de Monte Velha, a lava aumente de velocidade pondo em risco algumas localidades situadas na vertente nordeste da ilha como Cutelo Alto e Fonsaco, os dois povoados, com cerca de 2300 habitantes, considerados em risco num eventual avanço das lavas. O Serviço Nacional de Protecção Civil (SNPC), em colaboração com a Cruz Vermelha, encontra-se em Cutelo Alto e Monte Barro para informar a população da situação e explicar como proceder adequadamente no caso de haver necessidade de uma evacuação. Até ao momento não foi emitida nenhuma ordem de evacuação, no entanto, alguns moradores de Fonsaco iniciaram ontem, dia 9 de Dezembro, por iniciativa própria a evacuação dos seus bens. Arlindo Lima, presidente do SNPC, informou que tem vários voluntários em Monte Velha preparados para proceder à limpeza da zona florestal a fim de evitar eventuais incêndios devido ao avanço das lavas.
A área de Chã das Caldeiras continua interditada para garantir a segurança das pessoas. A monitorização da actividade eruptiva mantém-se pelas equipas que se encontram no terreno.
O investigador do CVARG/CIVISA, Jeremias Cabral, natural de Cabo Verde, encontra-se na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando a equipa da Protecção Civil. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.