A actividade eruptiva do Vulcão do Fogo, iniciada no passado dia 23 de Novembro, mantém-se com uma taxa de efusão lávica reduzida, com explosões muito esporádicas e com baixa emissão de gases e cinzas. A lava tem estado a avançar lentamente por tubos lávicos criados nas escoadas lávicas anteriores.
Segundo Vera Alfama, investigadora do CVARG/CIVISA que integra a equipa da Universidade de Cabo Verde, ontem, dia 17 de Dezembro, verificou-se a formação de uma frente de lava a avançar em direcção à zona agrícola de Monte Saia e Ilhéu de Losna, ameaçando algumas habitações, terrenos agrícolas e a estrada alternativa de acesso a Portela. A investigadora adiantou ainda que esta frente avançou muito nas últimas 12 horas e que, neste momento, está num vale com uma certa intensidade. Como a lava está a avançar cerca de um metro em cada dois minutos (30 m/h), as pessoas desta localidade estão a proceder à retirada dos seus bens. No entanto, a frente ainda se encontra a cerca de 500 metros dos terrenos agrícolas e a 1.5-2 km de distância das habitações. A localidade de Ilhéu de Losna é uma das principais propriedades de cultivo de videira em Chã das Caldeiras.
Relativamente à frente de lava que progridiu para Bangaeira, no dia 16 de Dezembro percorreu cerca de 1 km ao lado da escoada lávica que destruiu esta localidade nos dias anteriores. Mas ontem, dia 17, estava com menos fluxo e velocidade, tendo avançado cerca de 50 metros em 12 horas, espraiando-se para o sopé da bordeira e soterrando algumas das casas que ainda estavam intactas em Bangaeira. A outra frente lávica continua lentamente em direcção a Cova Tina. Entretanto, a frente de lava que dista 3,5 km de Fernão Gomes continua estagnada, sem nenhum avanço no terreno.
Embora existam frentes lávicas activas, não há motivos para alarmismos, dado que a possibilidade da lava atingir novos povoados é cada vez mais remota. No entanto, devido à imprevisibilidade deste tipo de fenómeno, as autoridades continuam em alerta fazendo, juntamente com as equipas de especialistas a monitorização contínua da situação.
Os investigadores do CVARG/CIVISA, Jeremias Cabral e Vera Alfama, naturais de Cabo Verde, encontram-se na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando as equipas da Protecção Civil e da Universidade de Cabo Verde. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.